17 de setembro de 2007


apesar de temer que ela invada a casa, lave os cômodos, carregue os chinelos pra algum lugar que eu não ache depois...
“Que a chuva caia como uma luva, um dilúvio, um delírio, que a chuva traga alivio imediato”

deve ser coisa da idade...ah..essa idade.a fuga.a mentira.
minha mãe já me disse tantas vezes pra não...
eu mesma já me disse tantas vezes pra não...
sinto como se estivesse escrevendo o que há de mais superficial em mim.....o que não deixa de ser algo importante..mas ..ainda não sou eu..apesar de acreditar que se fosse escrever o eu...não escreveria...
sinto como se estivesse vivendo o que há de mais superficial em mim...
sinto tanta falta de Samantha...


...Samy...meu querido lago congelado na Escócia..escrevo ..porque você foge. Me sinto sozinha e sinto sua falta. Alguém disse que você é matéria bruta. Não que isso importe pra você. Espero sua volta como espero meus cabelos crescerem, mas eles já estão grandes e eu não fujo mais. O seu cheiro é de flores enfurecidas...e você pinta o céu de uma cor entendiada...o seu clima é tempestuoso e frio e os seus jogos são como brincar de casinha e ter amnésia. Você toma café enquanto ouve Travis, como eu. Você quer ter um gato preto de temperamento difícil chamado Benjamin, como eu quero ter. Você quer viver pra sempre sozinha...e eu...eu, Samy? O que eu quero?

1 de setembro de 2007

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da cor da pele.quase.levemente aloirados e delicados.escondidos pela sombra branca cintilante.o desenho derrapante de lápis destaca o verde.inibe o que é fraco.numa curva quase que de queda os cílios tocam a sombra branca cintilante que esconde os pêlos aloirados da sobrancelha bem desenhada.ela fita o céu.pinta ele de uma mistura entediada.o seu piscar é silencioso.o encontro dos cílios.ela fita o chão.inclina a cabeça.e silencia.como que culpada pelas flores enfurecidas.ela quer ser sozinha pra sempre.