23 de agosto de 2007

corrói cada íntimo pedaço meu
meus olhos são como uma fenda
que quer deixar luz entrar
faço um convite a mim mesma
quem sou eu pra me fazer um convite desses?


would you live your life like a butterfly?

olhos vendados...leveza de asas amarelas.
os seus desenhos são de grafite cor do vento e seu coração dói...ela não precisa que ninguém lhe diga o quanto o casulo era quente e confortável.
ela só precisa daquele empurrão
casulos sufocam
ela amava tanto o seu ...ele se desmanchou como pó.

-E se você cair no abismo? - me pergunto.
-Eu já estive lá quando o cavei. - diz aquela outra em mim.

19 de agosto de 2007

em caso de tristeza
vire a mesa
coma só a sobremesa
coma somente a cereja
joque para cima
faça cena
cante as rimas de um poema
sofra apenas
sinta apenas
a cada mil lágrimas sai um milagre...
sinta o milagre






eu tenho um milagre.

8 de agosto de 2007


22/02/06

A batalha se inicia...quem vai dar o primeiro passo? quem vai dar o primeiro passo mesmo com a certeza de que o primeiro passo é mortal? quem vai vencer? a mentira criada pelos outros ou a mentira criada por mim mesma?
Agatha Bressan é essas duas grandes mentiras.
A batalha se inicia e acaba quando uma de minhas mentiras suicidar-se ...então a outra será verdade...eu serei a verdade....


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"E eis que meu mal me domina. Sou ainda a cruel rainha dos medas e dos persas e sou também uma lenta evolução que se lança como ponte levadiça a um futuro cujas névoas leitosas ja respiro. Minha aura é de mistério de vida. Eu me ultrapasso abdicando de meu nome, e então sou o mundo. Sigo a voz do mundo com voz única."
*Trecho de Água Viva de Clarice.



a batalha terminou?
..no meu jardim secreto....

chuva fina........gelada....que evapora...
árvores..árvores...árvores...
*Deus??!!* não me abondone...aqui não era pra ser o paraíso......
nós não temos maçãs....mas

acho que me perdi no jardim.....................é noite..é escuro..
*Deus?!*
eu quero..........

7 de agosto de 2007

Querendo chegar ao céu....

“E é assim que aqueles que nos iluminam são os cegos. Assim é que alguém, sem sabê-lo, chega a mostrar-nos irrefutavelmente um caminho que, de sua parte, seria incapaz de seguir. A Maga jamais saberá como o seu dedo apontava para o fino traço que despedaça o espelho, até que ponto certos silêncios, certas atenções absurdas, certas corridas de centopéia deslumbrada eram a senha para eu, bem firme, estar em mim mesmo, que era não estar em nenhuma parte. Enfim, isso do fino traço...Se queres ser feliz, como dizes, não poetizes, Horacio, não poetizes.”


*O jogo da amarelinha - Julio Cortázar
Depois de muito tempo....voltei a reler alguns velhos escritos...precisei tomar muita coragem para isso. Talvez eles venham pra cá...talvez eu os jogue fora...talvez eu finja que nunca os escrevi...


13/11/05
...então assisto à tempestades, quando nos meus olhos ondas de águas amargas formam-se...assisto à dias horríveis de sol, quando tudo que vejo são ilusões de óptica e para as nuvens faltam forças para chorar...e eu assisto a mim...então percebo que preciso que alguém corroa minha alma...meus muros...desfaça esta ilusão inútil de abismo que me separa do mundo...e me faça parar com este choro eterno...esta necessidade de tristeza...esse calor artificial que sinto ao movimentar os dedos enxugando lágrimas...que alguém me tire de mim mesma...me confunda...me faça quebrar vasos, pratos, porta-retratos, as folhas das flores...me atormente...me invente uma lógica na qual querer estar fora de si não soe tão estranho...eu queria, por uma vez, sentir com a pele, com os olhos que tudo que está fora de mim não me é estranho...e quem me dera não precisar de alguém para isso...quem sabe eu poderia até me sentar, um dia, e calmamente ver meu café esfriar....


*O título do blog, assim como o breve texto depois dele, foram tirados de uma música da Madonna com o mesmo nome.

6 de agosto de 2007

talvez eu nunca descubra porque...o porquê de sentir leve o frio...todos encasacados, os braços trêmulos cruzados, as bochechas rosadas de uma maquiagem climática...a neve mais leve que o ar...a alma mais serena que o gelo...o frio acalma de forma ríspida a obrigar parar.congelando.
o amor entre duas mulheres é como uma quente gota deslizando por entre os vestígios de neve...tão delicadamente pequena que só pode ser vista e sentinda pelos sensíveis e profundos...
Assim, acredito, o inverno se tornou leve e doce pra mim...